Crise da Evergrande: entenda o impacto no setor da construção civil
Passando por um lapso e em um país onde a cultura de prosperidade é sua grande característica, o império Evergrande atravessa um precipício que a deixa à beira da falência.
Com uma dívida que gira em torno de US$ 300 bilhões (R$ 1,6 bilhão), as ações que um dia foram supervalorizadas caíram 80% até agora, o que coincide com o aperto regulatório imposto pelas autoridades chinesas.
A dificuldade em pagar dívidas expôs um jogo de forças que mexe com o setor imobiliário da China a um certo tempo. De um lado estão as empresas, que há anos têm contribuído para o crescimento agressivo do país tomando muito dinheiro emprestado. De outro, o governo, que agora tenta impõe limites a um endividamento excessivo.
A crise na superempresa tende a ser apenas a ponta do iceberg de algo muito maior: a desaceleração do setor da construção, que é responsável atualmente por cerca de 25% do Produto Interno Bruto (PIB) chinês.
Impactos no Brasil
O Brasil fornece parte considerável do minério de ferro, usado para erguer os arranha-céus no país e está no topo da lista dos potenciais prejudicados.
Com o “andar da carruagem” o setor imobiliário da China pode estar entrando em um ciclo de declínio. Um dos fatores que está reduzindo a demanda por imóveis entre os chineses é o crescimento mais lento da população urbana e a tendência de diminuição de novos matrimônios no país.
A China prega a cultura de prosperidade e muitas famílias veem o imóvel próprio como um pré-requisito para casar, uma espécie de dote, que ajuda nas chances de seu ente se casar mais rapidamente. Porém o número de novas famílias é cada vez menor.
Podem parecer até inofensivas todas essas informações, já que todo esse movimento acontece do outro lado do mundo, mas essa dinâmica afeta diretamente o Brasil, já que pouco mais de 30% de tudo o que o país exporta, tem como destino a China.
Um dos principais elementos exportados é o minério de ferro: o preço da commodity já vinha caindo nas últimas semanas e despencou diante da expectativa de que a China vai passar a comprar menos.
Consequências previsíveis
Com uma renda menor de exportações, a tendência é que essa dinâmica ajude a encarecer o dólar e enfraquecer o real, que já vem se desvalorizando fortemente. O Brasil venderia menos, tanto em valor, por conta da queda da cotação, quanto em volume, com a demanda reprimida.
O povo chinês preza por segurança e confiabilidade. Com a crise instalada em uma das maiores empresas do ramo imobiliário o interesse por consumir esse tipo de produto também reduz. Esse é um dos principais investimentos das famílias no país, já que muitas vezes o valor de entrada pode chegar a 80% do valor total.
Do lado da economia real, a desaceleração é uma notícia preocupante para o Brasil especialmente neste momento, já que enfraquece um pilar extremamente importante diante de outros pilares de crescimento, essa é uma a notícia ruim que vêm entristecendo as expectativas para o próximo ano.
A construção civil no Brasil
Atuando desde 1995 na construção civil, a Lubrimatic percebe que o setor sempre tem altas e baixas. No entanto, grandes obras sempre estão sendo desenvolvidas, porque a economia não pode parar.
Mesmo com o crescimento menor, ele ainda existe. Atendemos a grandes obras em todo o Brasil e crescemos em ritmo acelerado, junto ao setor. Sempre existem oportunidades.